31 maio 2022

JUVENTUDE EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL (JELB)


Nossa história

 

SOBRE A JELB


Tudo começou num vilarejo chamado Hartzpikade (Picada Hartz), na época pertencente ao município de Sapiranga-RS. Hoje, emancipado, Nova Hartz ainda guarda a memória de ser o local onde surgiu uma das mais antigas organizações juvenis religiosas do país: a Juventude Evangélica Luterana do Brasil (JELB). A palavra-chave desse tempo era união: formação e união das primeiras comunidades em torno de um Sínodo, o surgimento das primeiras uniões juvenis e, enfim, o sonho de união de todos os grupos de jovens em uma liga.

Nesse tempo, só existia uma união juvenil no Rio Grande do Sul, e a dificuldade de transporte e comunicação isolava ainda mais uma juventude da outra. Com a fundação de uma Liga Juvenil Luterana no Brasil – nos moldes da liga juvenil norte-americana – esta situação poderia ser revertida através do intercâmbio, congressos e torneios esportivos. Eis um trecho da Primeira Ata Oficial da JELB em 31 de maio de 1925: “quão grande importância tal liga é para todos nós. Porque, o que por vezes não pode ser realizado por uma união juvenil, para uma Liga seria facilmente realizável.”

A primeira diretoria eleita, a 
Waltherliga Brasiliens (Waltherliga Brasil), era composta por: presidente – Rev. Karl August Rupp; vice-presidente – Rev. Edmundo Neumann; secretário – Hans Maack e tesoureira – Srta. Leonora Klein. Restava apenas um detalhe: como se chamaria a liga? Sobre o nome escolhido, a ata explica: “Segundo resolução, foi dado à nova união [das ligas] o nome de ‘Waltherliga’. Isto ocorreu, primeiro, para preservar uma lembrança duradoura do nosso querido Dr. Walther, o qual por graça divina, novamente anunciou ‘Palavra e doutrina de Lutero’, clara e puramente e as colocou sobre um pedestal luzente, tornando-se assim o fundador de nosso querido Sínodo de Missouri; em segundo lugar, para com isso declarar que estamos unidos em espírito com a grande Waltherliga na América do Norte, à qual milhares de jovens pertencem e que já muita bênção proporcionou e ainda proporciona.”

Hoje, percebemos que o caminho não estava traçado, e a estrada, não a encontramos pronta. Os primeiros passos foram inseguros e difíceis. Mesmo assim, as uniões juvenis foram surgindo nas comunidades do Sínodo Luterano em meados do 
século XX. Aos poucos, cada um foi se encontrando e construindo um mesmo caminho, que se tornou distinto, inconfundível e único: a Waltherliga.

No tempo da
 Segunda Guerra Mundial, por questões nacionalistas do Estado Novo, a nossa organização passou a denominar-se Liga Walther. No ano de 1945, a Liga Walther foi extinta, e o trabalho juvenil na IELB ficou ao cargo de uma Comissão Pró-Juventude. Em 1950, a Comissão Geral foi reorganizada em JLB – Juventude Luterana do Brasil. Mais tarde, a organização juvenil passou a se chamar JELB.

Da Waltherliga à JELB, nossa entidade recebeu diferentes nomes, mas com o mesmo sentido: 
levar o amor de Cristo para todos, especialmente para os jovens.

A JELB do novo milênio traz as marcas dessa caminhada e o mesmo espírito de união de suas origens. Dentro deste contexto, o 
Conselho Geral procura contribuir com ações e palavras, visando a integrar os jovens luteranos em todo o Brasil.

¹MAAK, Hans. “Protokolle de Walther-Liga Von Süd-Amerika, Soli Deo Gloria”. Ata de fundação da Waltherliga em Picada Hartz.
Texto retirado da introdução (páginas 13 e 14) do livro: 
Em busca de um sonho – a história da Juventude Evangélica Luterana do Brasil (1925 – 2002) / Organizado por Luís Antônio Pinto Cruz. – Porto Alegre: Concórdia, 2003 – 128p.

Quer conhecer mais da história da JELB?
Assista o documentário “Forte em Santa União”, produzido pela Aline G. Koller (trailer no topo da página), e leia o livro “Em busca de um sonho”, escrito por Luiz Antônio Pinto Cruz, que podem ser adquiridos na Editora Concórdia. Tudo começou num vilarejo chamado Hartzpikade (Picada Hartz), na época pertencente ao município de Sapiranga-RS. Hoje, emancipado, Nova Hartz ainda guarda a memória de ser o local onde surgiu uma das mais antigas organizações juvenis religiosas do país: a Juventude Evangélica Luterana do Brasil (JELB). A palavra-chave desse tempo era união: formação e união das primeiras comunidades em torno de um Sínodo, o surgimento das primeiras uniões juvenis e, enfim, o sonho de união de todos os grupos de jovens em uma liga.


Fonte: https://www.jelb.org.br/sobre-a-jelb/nossa-historia/

 

11 maio 2022

A BÍBLIA PODE AJUDAR UMA MÃE?

Erní Seibert
O apóstolo Paulo, em sua Segunda Carta a Timóteo, lembra a este jovem pastor o grande valor que tinham sua mãe e sua avó. A menção a essas duas mulheres aparece logo no começo desta Carta. No primeiro capítulo, versículo 5, o apóstolo diz: “Lembro da sua fé sincera, a mesma fé que a sua avó Loide e Eunice, a sua mãe, tinham. E tenho a certeza de que é a mesma fé que você tem.” Ou seja, o apóstolo Paulo reconhecia no jovem Timóteo a mesma fé sincera que viu na mãe e na avó de Timóteo. Ou seja, ele seguiu sua mãe e sua avó na fé em Jesus Cristo.
A segunda menção que o apóstolo Paulo faz a essas duas senhoras está no capítulo 3, versículo 15: “E, desde menino, você conhece as Escrituras Sagradas, as quais lhe podem dar a sabedoria que leva à salvação, por meio da fé em Cristo Jesus.” Nessa segunda passagem, a menção à mãe e avó de Timóteo é indireta. Timóteo, que em sua vida reproduzia a fé sincera de sua mãe e avó, havia aprendido, na infância, as Escrituras Sagradas. O texto não diz explicitamente, mas a carta indica que Timóteo havia aprendido as Escrituras com sua mãe e sua avó.
Em nossa sociedade, o que é recomendado que as mães façam em favor de seus filhos? Quais são os ideais recomendados para que as mães deixem para os seus filhos? A Bíblia está entre os livros recomendados para mães utilizarem com seus filhos?
É sabido que as mães, no processo de criarem os seus filhos, passam para eles seus valores e suas convicções. Os ideais de uma sociedade passam pelos ideais das mães.
No Brasil, dizem as estatísticas, a presença da mãe é mais estável na vida das crianças do que a presença do pai. Muitas mães são abandonadas pelos seus maridos quando os filhos são pequenos. Muitas vezes essas mães aceitam viver com novos companheiros. A criança vai se adaptando à situação. A legislação brasileira, em muitos documentos, pede apenas o nome da mãe da pessoa. Ela não pede o nome do pai, pelas razões da instabilidade da relação do pai com os filhos em tantas situações. A mãe não muda ao longo da vida. É a mãe que, nesses casos, precisa dar aos filhos uma visão de mundo adequado para o desenvolvimento da futura geração. Pois é exatamente aí que a Bíblia pode ajudar, e muito.
Quando uma mãe começa a ler a Bíblia para e com os seus filhos, eles aprendem coisas importantes para a vida. Eles aprendem que, mesmo que haja problemas em sua família, existe um Deus que os criou e que os ama. Aprender que Deus é o exemplo de pai que sempre cuida de seus filhos é um ensinamento precioso da Bíblia. Deus cuidou de viúvas e órfãos. Deus cuidou de José, que foi vendido pelos seus irmãos para ser escravo no Egito. Deus ama a todas as pessoas, independentemente dos problemas que essa pessoa enfrenta. Deus é uma rocha firme em meio aos temporais da existência. Com a Bíblia, a mãe consegue ensinar isso aos seus filhos.
Além disso, com uma Bíblia em suas mãos, a mãe pode ensinar a história de Jesus para os filhos. Na história de Jesus aprendemos que “…Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Jesus é o Filho de Deus. Ao morrer na cruz, Jesus pagou por todos os pecados e, na ressurreição, venceu a morte. Quem crê em Cristo tem vida a eterna. Que ensinamento precioso as mães podem dar aos seus filhos ensinando isso a eles! Foi o que a mãe de Timóteo fez. Ela ensinou para seu filho a sabedoria que só a Bíblia pode ensinar.
Muitas mães fazem isso com seus filhos. Existem inúmeros exemplos na história do cristianismo de mães que, com a Palavra de Deus, influenciaram positivamente seus filhos. Mencionamos dois exemplos famosos. A mãe de Agostinho, com sua firmeza na fé e ação, deu para a Igreja e para a humanidade, um dos seus maiores pensadores e um dos maiores professores da fé cristã. Outro exemplo é a mãe de John Wesley. Ao ensinar a Wesley e seus irmãos a fé cristã, ela não apenas deu a base firme de fé para um dos grandes reformadores da história da Igreja, mas provocou algumas das maiores transformações sociais jamais vistas.
Mães podem fazer muito com Bíblias em suas mãos. Uma Bíblia ajuda a mãe, os filhos e toda a família. Como seria o nosso mundo se todas as mães colocassem em suas mãos a Bíblia Sagrada?

03 maio 2022

A ORIGEM EVANGÉLICA E ATIVISTA DO DIA DAS MÃES

 O trabalho social da metodista norte-americana Anna Reeves Jarvis inspirou a data comemorativa

 

Foto: Anna Jarvis
 

O Dia das Mães está aí. Festa para uns, vazio para outros, lucro para comerciantes… mas vale recordar a origem da data que tem mais de cem anos.
 
Poucos sabem que a gênese nada tem a ver com a tradicional referência às “rainhas do lar” ou com a intensa venda de produtos e presentes.
 
Dia das Mães foi criado devido à atuação de mulheres/mães cristãs em causas sociais. Foi uma evangélica metodista de West Virginia, Estados Unidos, a ativista social Anna Reeves Jarvis, mãe de doze filhos, que começou a articular eventos que reuniam mães em torno de demandas sociais.
 
Jarvis criou em 1858 os Clubes “Dias de Trabalho das Mães” que atuavam pela diminuição da mortalidade de crianças de famílias de trabalhadores. Anos depois, a ativista organizou o Dia da Amizade das Mães, para reunir famílias e vizinhos separados com a Guerra Civil dos EUA, e para ações solidárias com os feridos.
 
Depois da morte de Anna Jarvis, em 1905, uma de suas filhas, que tinha o mesmo nome, foi quem militou para a oficialização de um dia nacional das mães. Anna Jarvis filha queria honrar a memória da mãe ativista social com um ato pela paz e com isso prestar homenagem a todas as mães.
 
A campanha pelo Dia das Mães oficial começou com a realização de cultos, inicialmente na Igreja Metodista, depois em outras igrejas, no segundo domingo de maio. Isso se deu em anos seguidos e em cidades diferentes. Como houve grande adesão, o segundo domingo de maio foi instituído por lei nos EUA, em 1914, como Dia das Mães.
 
Transformado a cada ano em evento fortemente comercial, o sentido do Dia das Mães sonhado pela filha da cristã metodista atuante pelas causas sociais foi apagado rapidamente.
 
Em 1923, Jarvis até passou a militar contra a data que ela própria havia criado. Nos anos 1930 ela chegou a ser presa, acusada de perturbar a paz de um encontro grupo de Mães da Guerra Americana, ao protestar contra a comercialização de flores. Anna Jarvis não teve sucesso na recuperação do sentido do Dia das Mães: morreu em 1948, cega, pobre e sem filhos.
 
Mais de cem anos depois da primeira comemoração oficial do Dia das Mães, pode parecer vã qualquer nova campanha pela recuperação do seu sentido original. Não deixa, porém, de ser um bom exercício pensar na data de forma menos estereotipada e comercial. Não seria um meio de honrar mães, presentes e ausentes, destacar aquelas que, como a Anna Jarvis do passado, são ativistas na promoção da vida e da paz?

 

Autoria: Magali do Nascimento Cunha - jornalista e doutora em Ciências da Comunicação. É colaboradora do Conselho Mundial de Igrejas. Publicado por Carta Capital, 10/05/2018.